A importância do exame de
fundo de olhos para prevenção da retinopatia diabética
Segunda-feira vou fazer o
primeiro exame de glicohemoglobina após ter colocado a minha bomba... E já
estava me esquecendo de que está na época de fazer também o exame de fundo de
olhos , além do exame de Angiofluoresceinografia.
Já faz 33 anos que faço o
exame de fundo de olhos. Para quem ainda não sabe através desse exame simples,
parecido com o exame de grau de óculos, é possível verificar a evolução do
diabetes. O descontrole do diabetes compromete os vasos da retina e a retinopatia diabética
evoluiu com o aparecimento de micro-aneurismas que frequentemente rompem causando
hemorragia até a perda da visão. Durante toda minha vida ouço que os diabéticos
tem um risco 25 vezes maior de perder a visão que os demais, que a retinopatia
diabética atinge mais 75% das pessoas que têm diabetes há mais de 20 anos e
embora o mau controle do diabetes possa agravar e adiantar a evolução da
retinopatia, o controle rigoroso da glicemia não evita o seu aparecimento.
Portanto, para mim seria apenas uma questão de tempo esperar sua chegada...
Antes da minha gravidez, aos
31 anos, eu fazia os exames anualmente e até então o oftalmologista, que me
acompanha há mais de 10 anos, não havia notado nenhuma alteração em meus exames.
Durante a gravidez ele percebeu a presença de vasos anormais na superfície da
minha retina e prontamente solicitou um exame mais complexo chamado
Angiofluoresceinografia. Nesse exame é injetado um corante na veia, semelhante
à tinta da caneta marca texto, tornando possível fazer fotos da retina para verificar
as alterações detalhadamente. Ele me disse que na gravidez da mulher diabética
é comum sofrermos alterações na retina, infelizmente mesmo com tanto cuidado,
meu caso não foi diferente e o meu quadro agravou para Retinopatia Diabética Não Proliferativa moderada*.
Foi um choque!!! Logo pensei
que já estava ficando cega, que mais uma vez
o silêncio do diabetes me atingia, já que quase não é possível perceber
a evolução da retinopatia, que a diabetes iria me vencer!!! Fiquei com muito
medo, mas meu médico me acalmou e disse que não era para eu me preocupar com
isso durante gravidez.
Passados 6 meses após o
parto fiz os exames novamente e
felizmente o quadro não havia se agravado, entretanto, infelizmente seria
necessário fazer um tratamento mais complexo através da fotocoagulação com
laser. Neste procedimento as áreas da retina atingidas são cauterizadas com a
luz de um raio-laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O
procedimento é simples, mas é muuuuuito dolorido e no instante da aplicação do
laser incomoda bastante, parece que estamos recebendo facadas nos olhos. Depois não há dor, nem incomodo.
Fiz apenas 5 sessões de
fotocoagulação em cada olho e não desejo nenhuma para ninguém, o resultado foi muito positivo. A última vez que fiz os exames
foi em fevereiro deste ano, segundo meu médico não havia mais alterações, podendo
considerar a situação como estabilizada até então.
Hoje estou tranquila
com o meu quadro, busquei bastantes informações sobre a retinopatia diabética,
como evitá-la, quais são as formas de tratamentos, não tenho mais medo dela,
pois os tratamentos estão bastante avançados.
Mas sempre me lembro que o controle desse mau, mais uma vez, depende do
controle do diabetes.
O exame de fundo de olhos
faz para da minha rotina no tratamento do diabetes e não tenho como fugir dele.
Está agendado semestralmente com meu oftalmologista, mas sei que é para o meu
bem... Todo paciente diabético deve realizar o exame anualmente para que sejam detectadas
alterações logo no inicio e tratadas, sem maiores consequências. Quanto mais
cedo iniciar o tratamento, maior será a eficácia.
Ainda bem que existe tanta tecnologia ao meu
favor e “diabético cego” é uma frase que não me atormenta!!! Depois conto para vocês qual foi o resultado dos exames após a bomba!!!
* Retinopatia Diabética Não-Proliferativa: Pode variar de inicial, moderada a severa. Pode ocorrer muita isquemia retiniana, porém sem neovasos. Pode ocorrer edema na retina, e caso acometa a área macular (edema macular), pode baixar muito a visão central.
* Retinopatia Diabética Proliferativa: quando a doença dos vasos sanguíneos da retina progride, o que ocasiona a proliferação de novos vasos anormais que são chamados“neovasos”. Estes neovasos são extremamente frágeis e também podem sangrar para dentro do olho (cavidade vítrea), ocasionando uma baixa ou perda da visão. Além do sangramento, os neovasos podem crescer ao longo da retina e da superfície do humor vítreo (gel que preenche o globo ocular) causando graus variados de destruição da retina e dificuldade visual. A proliferação dos neovasos também pode causar cegueira em conseqüência de um descolamento de retina tracional. Edema macular também pode baixar a visão na RDP, aproximadamente 50% das pessoas com RDP têm edema macular.
Oi Carol,
ResponderExcluirJá fiz esses exames e também o laser!É exatamente como você descreveu!Fiz o laser há 10 anos(depois de 12 anos de diagnóstico) e desde então todos os anos faço o fundo de olho e o laser estabilizou a retinopatia.Mas o controle rigoroso da diabetes é muito importante para que continue assim, estabilizado.Grande beijo!
Oi Carol,quinta passada a Marcela foi pela primeira vez ao oftalmologista,graças a Deus está tudo bem!
ResponderExcluirgrande beijo pra vc!
Carol, vc ainda está por aqui? Sou diabética há 30 anos, estou há cinco com bomba, mas a retinopatia chegou. Vou começar laser, a minha já ta proliferativa. Como vc está? Estou desesperada em busca de finais felizes...
ResponderExcluirOi Carol, vc ainda ta por aqui?
ResponderExcluirSou diabética há 30 anos, há cinco com bomba, mas a retinopatia chegou, proliferativa. Vou começar laser, estou desesperada e em busca de finais felizes. Como vc está?