sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Retinopatia Diabética sob o olhar de uma diabética


A importância do exame de fundo de olhos para prevenção da retinopatia diabética
Segunda-feira vou fazer o primeiro exame de glicohemoglobina após ter colocado a minha bomba... E já estava me esquecendo de que está na época de fazer também o exame de fundo de olhos , além do exame de Angiofluoresceinografia.

Já faz 33 anos que faço o exame de fundo de olhos. Para quem ainda não sabe através desse exame simples, parecido com o exame de grau de óculos, é possível verificar a evolução do diabetes. O descontrole do diabetes compromete os  vasos da retina e a retinopatia diabética evoluiu com o aparecimento de micro-aneurismas que frequentemente rompem causando hemorragia até a perda da visão. Durante toda minha vida ouço que os diabéticos tem um risco 25 vezes maior de perder a visão que os demais, que a retinopatia diabética atinge mais 75% das pessoas que têm diabetes há mais de 20 anos e embora o mau controle do diabetes possa agravar e adiantar a evolução da retinopatia, o controle rigoroso da glicemia não evita o seu aparecimento.

 Portanto, para mim seria apenas uma questão de tempo esperar sua chegada...

Antes da minha gravidez, aos 31 anos, eu fazia os exames anualmente e até então o oftalmologista, que me acompanha há mais de 10 anos, não havia notado nenhuma alteração em meus exames. Durante a gravidez ele percebeu a presença de vasos anormais na superfície da minha retina e prontamente solicitou um exame mais complexo chamado Angiofluoresceinografia. Nesse exame é injetado um corante na veia, semelhante à tinta da caneta marca texto, tornando possível fazer fotos da retina para verificar as alterações detalhadamente. Ele me disse que na gravidez da mulher diabética é comum sofrermos alterações na retina, infelizmente mesmo com tanto cuidado, meu caso não foi diferente e o meu quadro agravou para Retinopatia Diabética Não Proliferativa moderada*.

Foi um choque!!! Logo pensei que já estava ficando cega, que mais uma vez  o silêncio do diabetes me atingia, já que quase não é possível perceber a evolução da retinopatia, que a diabetes iria me vencer!!! Fiquei com muito medo, mas meu médico me acalmou e disse que não era para eu me preocupar com isso durante gravidez.

Passados 6 meses após o parto fiz  os exames novamente e felizmente o quadro não havia se agravado, entretanto, infelizmente seria necessário fazer um tratamento mais complexo através da fotocoagulação com laser. Neste procedimento as áreas da retina atingidas são cauterizadas com a luz de um raio-laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O procedimento é simples, mas é muuuuuito dolorido e no instante da aplicação do laser incomoda bastante, parece que estamos recebendo facadas nos olhos. Depois não há dor, nem incomodo.
Fiz apenas 5 sessões de fotocoagulação em cada olho e não desejo nenhuma para ninguém, o resultado foi muito positivo. A última vez que fiz os exames foi em fevereiro deste ano, segundo meu médico não havia mais alterações, podendo considerar a situação como estabilizada até então.

Hoje estou  tranquila com o meu quadro, busquei bastantes informações sobre a retinopatia diabética, como evitá-la, quais são as formas de tratamentos, não tenho mais medo dela, pois os tratamentos estão bastante avançados.  Mas sempre me lembro que o controle desse mau, mais uma vez, depende do controle do diabetes.
O exame de fundo de olhos faz para da minha rotina no tratamento do diabetes e não tenho como fugir dele. Está agendado semestralmente com meu oftalmologista, mas sei que é para o meu bem... Todo paciente diabético deve realizar o exame anualmente para que sejam detectadas alterações logo no inicio e tratadas, sem maiores consequências. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior será a eficácia.
Ainda bem que existe tanta tecnologia ao meu favor e “diabético cego” é uma frase que não me atormenta!!!

Depois conto para vocês qual foi o resultado dos exames após a bomba!!!


* Retinopatia Diabética Não-Proliferativa: Pode variar de inicial, moderada a severa. Pode ocorrer muita isquemia retiniana, porém sem neovasos. Pode ocorrer edema na retina, e caso acometa a área macular (edema macular), pode baixar muito a visão central.

* Retinopatia Diabética Proliferativa: quando a doença dos vasos sanguíneos da retina progride, o que ocasiona a proliferação de novos vasos anormais que são chamados“neovasos”. Estes neovasos são extremamente frágeis e também podem sangrar para dentro do olho (cavidade vítrea), ocasionando uma baixa ou perda da visão. Além do sangramento, os neovasos podem crescer ao longo da retina e da superfície do humor vítreo (gel que preenche o globo ocular) causando graus variados de destruição da retina e dificuldade visual. A proliferação dos neovasos também pode causar cegueira em conseqüência de um descolamento de retina tracional. Edema macular também pode baixar a visão na RDP, aproximadamente 50% das pessoas com RDP têm edema macular.



                Instituto Provisão 


4 comentários:

  1. Oi Carol,
    Já fiz esses exames e também o laser!É exatamente como você descreveu!Fiz o laser há 10 anos(depois de 12 anos de diagnóstico) e desde então todos os anos faço o fundo de olho e o laser estabilizou a retinopatia.Mas o controle rigoroso da diabetes é muito importante para que continue assim, estabilizado.Grande beijo!

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  2. Oi Carol,quinta passada a Marcela foi pela primeira vez ao oftalmologista,graças a Deus está tudo bem!
    grande beijo pra vc!

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  3. Carol, vc ainda está por aqui? Sou diabética há 30 anos, estou há cinco com bomba, mas a retinopatia chegou. Vou começar laser, a minha já ta proliferativa. Como vc está? Estou desesperada em busca de finais felizes...

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  4. Oi Carol, vc ainda ta por aqui?
    Sou diabética há 30 anos, há cinco com bomba, mas a retinopatia chegou, proliferativa. Vou começar laser, estou desesperada e em busca de finais felizes. Como vc está?

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