quinta-feira, 4 de abril de 2013

Reunião SBD/MG com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais

Conforme repassei em um post anterior a SBD está ao nosso lado e estão lutando para nos ajudar!  A dra. Adriana Bosco entrou em contato comigo para nos dar uma resposta sobre a reunião com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Ela  havia me solicitado um relatório com a opinião e as reclamações sobre o Cepa,  me pediu as fotos e relatos com mostrando a diferença nos resultados entre outros aparelhos e o Cepa. Fiz um relatório de três páginas, falando sobre o avanço em nosso tratamento nos últimos anos a partir do avanço da tecnologia, falei  das dificuldades que tínhamos para conseguir um bom controle antes do surgimento do glicosímetro, que nosso direito de tratamento adequado havia sido desrespeitado ao passar por esse retrocesso, apresentei todos os comentários e fotos recebi. Esse relatório foi apresentado na reunião e todos os relatos foram considerados de extrema relevância para mostrar que o Cepa não é confiável.
Segundo a dra. Adriana, a Secretaria enfatizou que é necessário os usuários levarem o glicosímetro até o posto de saúde para serem calibrados e não ocorram essas discrepâncias. (Dúvido se não haverá mais diferenças, mas vamos tentando). A Secretaria de Saúde informou também que esse processo de aquisição e aprovação (não sei por quem...) do Cepa ainda não pode ser suspenso. Entretanto, ele pode ser desqualificado, a aquisição de outros Cepas impedida, enfim o contrato cancelado e a distribuição aos usuários suspensa... Simples assim, se não se tratasse da vida de diabéticos que se baseiam nesses resultados para se tratarem...
Enfim, a dra Adriana Bosco  pediu para os usuários continuem repassando seus relatos, pois todos estão sendo lidos e levados ao conhecimento da  Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
É isso!!! Vamos continuar mandando os nossos relatórios e esperar pacientemente, antes que algo além da “simples” diferença aconteça, para que alguma solução efetiva seja tomada...
Brasil país que  “espera acontecer para ver o que acontece”!!!
Segue abaixo o relatório que escrevi expondo minha opinião como diabética sobre o Cepa:
“Meu nome é Carol Freitas, moradora de Belo Horizonte/MG, sou diabética desde que nasci e faz 33 anos que acompanho em meu dia-dia, em meu tratamento a evolução da medicina e da tecnologia a favor dos diabéticos. Usei todas as insulinas existentes no mercado, as seringas de vidros, agulhas de calibres altos com seringas de vidros que tinham que ser esterilizadas diariamente. O tratamento não era fácil, ter acesso ao tratamento adequado com menos sofrimento e com tecnologia à favor dos diabéticos parecia um sonho distante.
Até 1985 só era possível medir a glicemia através de exames de sangue no laboratório ou na urina com as Glicofitas ou com as fitas  Keto-diastic. Entretanto, os resultados eram apenas aproximados e nem sempre confiáveis. O surgimento do glicosímetro foi sem dúvida um marco para o tratamento dos diabéticos e uma esperança para chegarmos ao controle ideal.
Os glicosímetros sempre foram caros, o meu primeiro glicosímetro foi comprado em 1993, tinha o preço de um carro zero e devido as minhas condições financeiras as fitas eram usadas somente em caso excepcionais, com media de 3 fitas por semana. Não havia variedade de marcas ou de fitas disponíveis no mercado, quem podia pagar por essa tecnologia tinha um tratamento mais adequado e maiores perspectivas em relação ao tratamento. Em 28 anos, desde o seu surgimento, os glicosímetros evoluíram, se popularizaram e contam hoje com vários modelos no mercado.
Amparados pela Lei 11347/06 que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas de educação para diabéticos. A partir desta lei o paciente com diabetes tem direito a receber gratuitamente medicamentos e insumos destinados ao monitoramento da glicemia capilar, desde que inscrito em programas de educação para diabéticos. Desde que a Lei 11347/06 foi sancionada, mesmo com deslizes e falhas, o tratamento dos diabéticos melhorou, sobretudo para os mais carentes que puderam receber de seus estados e municípios um glicosímetro, tendo assim a possibilidade de terem um tratamento digno e adequado.
É sabido que o controle da diabetes está diretamente ligado à quantidade de medições glicêmicas diárias. Em 2008 comecei a receber da prefeitura de Belo Horizonte todos os insumos que precisava para o meu tratamento, entre eles o glicosímetros Active/Roche. Usando esse glicosímetro por 5 anos não tenho nenhuma reclamação em relação a sua qualidade, confiança em seus resultado, além da facilidade para conseguir suas fitas, caso fosse necessário adquirir  fitas além das oferecidas pela prefeitura. 
Vivo diabetes 24h por dia, trabalho diabetes, estudo diabetes, convivo com diabéticos, sou defensoras dos diabéticos, tenho um blog e uma legião de seguidores. Através do blog e das redes sociais nos apoiamos, trocamos experiências, desabafamos, discutimos nossos interesses, trocamos informações importantes pertinentes à nossa doença e ao nosso tratamento. No inicio de 2013 ficamos surpresos e decepcionados quando nossos munícipios começaram a distribuir o desconhecido glicosímetro Cepa enviados pela Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais.
Desde então tenho recebido centenas de opiniões, reclamações e desabafos sobre esse glicosímetro, sobretudo porque seus resultados não são confiáveis. A maior parte das reclamações é referente a diferença entre o resultado de glicosímetros mais populares em comparação ao Cepa, além da insatisfação por sermos obrigados a usar um aparelho extremamente importante para o controle e vida do diabético. Anexo II
Quando recebemos o novo glicosímetro tentamos buscar informações sobre ele na internet, com algum  representante para esclarecer nossas dúvidas, tentamos buscar opiniões, mas nada foi encontrado, não é possível comprar esse aparelho ou fitas avulsas em lojas especializadas e farmácias, se quer um manual de instrução decente, como qualquer outro aparelho possuiu, nos foi fornecido.
Sabemos e vivenciamos o perigo de basearmos em resultados errados na própria pele, pois essa diferença de valores pode custar nossas, sobretudo para aqueles que fazem contagem de carboidratos e correções a partir do valor da glicemia capilar. Isso tem trazido muita preocupação e inquietação aos diabéticos que não confiam nesse aparelho desconhecido.
Indignação é uma palavra que define bem o nosso sentimento hoje em relação à distribuição deste glicosímetro. Ficamos admirados e revoltados com o a Secretaria de Saúde de Minas Gerais ao sofrermos esse retrocesso em nosso tratamento, já que a tecnologia tem avançado tanto a favor dos diabéticos, onde o governo estadual diz que a saúde está em primeiro lugar. Infelizmente nessa situação a saúde e segurança dos diabéticos não foi prioridade e a oportunidade de termos um tratamento justo e adequado nos foi retirado.”
Anexei a evolução dos aparelhos, todos as reclamações e fotos que recebi.

2 comentários:

  1. Pois é fico feliz em ver que você está nos ajudando, mas o meu aparelho foi calibrado e mesmo assim esta dando diferença de resultados, agorinha por exemplo, nele marcava 310 mg;dl e no accu Chek active 264 mg/dl, tirei uma foto se quiser te envio, meu email elainesamontepedagogia@hotmail.com

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  2. O da minha filha foi calibrado pela enfermeira do posto (não foi a técnica de enfermagem, foi a enfermeira mesmo) e é assustadora as diferenças.
    É impossível utilizar ele. Ele coloca em risco a vida do diabetico.

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