segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Infodiet - 01/10/2012


Inf13  01/out/12
 
Principais notícias do dia sobre diabetes e saúde no Brasil e no mundo 
Orientações sobre hábitos saudáveis marcam o Dia Mundial do Coração
 
No Dia Mundial do Coração, comemorado neste sábado, várias ações estão programadas em todo o País para chamar a atenção quanto às doenças cardiovasculares e orientar a população sobre a importância de adquirir hábitos mais saudáveis. Em Brasília, Campo Grande e Natal, por exemplo, estão sendo realizados exames gratuitos para verificação da pressão arterial e da glicemia, além do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), palestras, caminhadas, corridas, concertos e eventos desportivos.
Segundo a Federação Mundial do Coração, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 17,3 milhões de mortes anualmente, das quais 8,6 milhões são mulheres. Os números continuam a subir e a estimativa é que, até 2030, as mortes cheguem a 23 milhões.
No Brasil, cerca de 320 mil brasileiros morrem anualmente devido às doenças cardiovasculares. O cardiologista Fausto Stauffer, da Associação Médica Brasileira (AMB), explica que a prevenção é o melhor tratamento para as doenças do coração. Manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e parar de fumar são pequenas mudanças nos hábitos de vida que podem reduzir o risco de doenças cardíacas e de acidentes vasculares cerebrais.
"Estes hábitos devem ser adquiridos desde a infância, porque as crianças também são vulneráveis a estas enfermidades", disse Stauffer. Dieta balanceada e exercícios físicos são capazes de prevenir quatro dos dez principais fatores de risco: a hipertensão, o diabetes, a dislipidemia (colesterol alto) e a obesidade. No Brasil, as doenças cardíacas que mais levam à morte são o infarto e a insuficiência cardíaca.
 Correr regularmente pode prevenir disfunção erétil
Os benefícios que a prática regular da corrida oferece são diversos. Dentre eles, há estudos que associam o exercício à melhora da vida sexual, sendo inclusive uma forma de prevenir a disfunção erétil, problema que acomete mais de 40% dos homens brasileiros acima de 18 anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Médico com pós-doutorado em Fisiologia e Medicina do Exercício pela McMaster University, do Canadá, Cláudio Gil Soares explica que a disfunção tem várias causas, que podem ser de origem psicológica e/ou orgânica. No que diz respeito à parte fisiológica, a causa mais comum é o mau funcionamento vascular. "Casos de disfunção erétil são inclusive relacionados a alguma doença coronária", salienta.
Um dos efeitos que a corrida promove no organismo é justamente a melhora da função dos vasos sanguíneos. Segundo Cláudio Gil, a prática ativa o fluxo do sangue, promovendo uma "massagem" no interior dos vasos. "Meia hora após o exercício já há uma melhora, que dura até três dias", afirma. Outro benefício creditado à atividade e que auxilia na prevenção da disfunção erétil é a melhora da função hormonal, haja vista que a deficiência hormonal também pode causar o problema.
A prática regular da corrida induz o organismo a produzir hormônios que têm efeito analgésico e causam sensação de bem-estar, como a beta-endorfina e a dopamina. Isso faz com que os praticantes se sintam mais relaxados e menos ansiosos. Dessa forma, não só há melhora na respectiva função, mas também alívio do estresse. "O estresse prejudica a função erétil e a corrida acaba auxiliando nessa questão também", comenta o médico.

A corrida previne ainda doenças como diabetes e hipertensão arterial, que normalmente apresentam quadro deficiente de óxido nítrico, neurotransmissor que induz o relaxamento da musculatura lisa do corpo cavernoso, favorecendo a ereção peniana.
Os benefícios, porém, só podem ser obtidos quando há regularidade na atividade. O ideal, sugere Cláudio Gil, é exercita-se 150 minutos por semana, em se tratando de uma atividade de intensidade moderada. "É importante ressaltar que os benefícios proporcionados pela corrida podem ser usufruídos por indivíduos de qualquer idade", acrescenta.
Farmácia organiza campanha gratuita contra diabetes e hipertensão
Funcionária da USP há mais de 30 anos, Cleonice de Souza Henrique, a Tatá, sabe muito bem como é conviver com os males da diabetes e da hipertensão. Faz duas décadas que a auxiliar de Serviços Gerais da Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP se juntou à estatística de 8% de brasileiros que, de acordo com a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD), sofrem com os sintomas silenciosos das duas enfermidades que mais acometem pessoas no planeta.
 
Com o objetivo de orientar e prevenir a população sobre os perigos destas doenças, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP lança, nos dias 2, 3 e 4 de outubro, a Campanha de Diabetes e Hipertensão. Organizada anualmente por alunos desde 1998, a iniciativa é supervisionada pelos professores Mario Hirata e Rosario Hirata, da FCF. Em sua 12ª edição, estima-se a participação de 1000 pessoas, desde funcionários e estudantes da USP, até interessados da comunidade externa.

Da onde vem

 

O diabetes é uma doença em que há aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Ocorre porque o pâncreas não produz insulina suficiente, associada ou não a uma deficiência na ação da insulina no organismo. O diabetes é classificado em tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional e outras formas menos comuns. O tipo 2 (diabetes mellitus) é o tipo mais frequente de diabetes e é mais comum em adultos. A doença só se manifesta pelo aparecimento de vários sinais e sintomas ao mesmo tempo, como: urinar várias vezes ao dia, sede e fomes exageradas, cicatrização difícil, cansaço, entre outros. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, na comunidade geral cerca de 60% destes não sabem que sofrem da doença.
As pessoas que apresentam fatores de risco predisponentes são as mais suscetíveis a desenvolver a doença. Os do diabetes tipo 2 são história familiar (parentes em primeiro ou segundo grau que tenham diabetes tipo 2); ser idoso, apresentar obesidade e hipertensão arterial; pertencer a grupos étnicos de alto risco (afro-americanos, hispânicos, asiáticos). Os filhos de mães desnutridas, fumantes e que ingerem álcool na gravidez também apresentam grandes chances de desenvolver diabetes, devido ao maior risco a infecções bacterianas e virais.
Já a hipertensão arterial, usualmente chamada de pressão alta, consiste em níveis elevados e sustentados de pressão arterial e é uma das doenças associadas ao diabetes tipo 2. A pressão alta é uma doença democrática, explica o professor Hirata, pode ocorrer em homens ou mulheres e em qualquer faixa etária, mas é mais comum em adultos e idosos. Além da herança familiar, estresse, ingestão de muito sal, sedentarismo e estar acima do peso aumentam os riscos de se desenvolver o problema.
Descobri que tinha diabetes e hipertensão no mesmo dia, revela Tatá, na semana do casamento da minha filha. Levada para o pronto socorro quando fraquejou depois de um mal estar, Tatá ainda se lembra da correria dos médicos e enfermeiros ao constatarem que sua pressão estava bem acima do normal. Corri risco de derrame, conta ao se lembrar do dia que mesclou ao mesmo tempo a felicidade pelo casamento da filha, e o receio de sofrer de uma doença problemática.
Medicada e de volta a sua casa, Tatá teve que se acostumar a uma nova vida. Remédios para controlar a pressão se tornaram rotina, mas que nem sempre ela cumpre. Sou safadinha, tomo os remédios só quando me sinto mal, teima, ao segurar o riso. Ciente do perigo que ronda sempre que decide arriscar, ela conta com amigos e familiares para se manter alerta aos sintomas de que algo não está certo com sua saúde.
As duas são doenças difíceis, que exigem idas constantes aos médicos. Em sua última visita no mês de julho, por exemplo, Tatá foi alertada sobre sua glicemia. Se não baixar, vamos partir para a insulina, hein intimidou sua médica.
De acordo com os estudantes da Farmácia Acadêmica Social (FAS), do Centro Acadêmico e da Jornada Científica dos Acadêmicos de Farmácia e Bioquímica, entidades que coordenam a Campanha, a prevenção de ambas as doenças parte de medidas simples que envolvem essencialmente estilo de vida.
A dieta saudável e heterogênea diminui a probabilidade de desenvolver a diabetes e hipertensão no adulto jovem. A ingestão de gorduras saturadas de origem animal também deve ser evitada. Para a diabetes é indicado um controle de peso, principalmente em pacientes obesos, associado com um aumento do consumo de frutas, verduras e leguminosas, grãos integrais, leite e derivados desnatados.O paciente também deve estar atento ao consumo de açúcar e álcool, porque ambos causam uma piora sintomática. O consumo destes produtos não é proibido, porém deve ser bastante moderado, alertam os estudantes Camila Reigado, Danielle Ragioto, Nathália Militão, Nathália Juvenal e Lucas Justo, todos membros da FAS.
O consumo de açúcar e álcool não é proibido, porém deve ser bastante moderado.
Para Tatá a dieta não é das tarefas mais fáceis de cumprir. Consciente de que devia ter largado o açúcar faz algumas décadas, ela confessa: é difícil. Massas e doces são uma paixão que ela ainda cultiva, mas que é cerceada responsavelmente pelos amigos ao redor.
No caso dos hipertensos, recomenda-se o controle no consumo de sódio. O principal produto de conhecimento popular que contém sódio é o sal, mas outros produtos como temperos industrializados, sucos em pó e refrigerantes também possuem uma quantidade excessiva de sal e devem ser diminuídos na dieta. Consumo exagerado de café e cigarro também não é recomendado.
O grupo de farmacêuticos ressalta que a mudança de estilo de vida pode e deve ser adotada aos poucos na vida do paciente para que a adesão a este tipo de tratamento seja maior e perdure por mais tempo, aumentando sua qualidade de vida. Os estudantes lembram também que o governo fornece medicamentos gratuitamente, contanto que haja acompanhamento regular do paciente por médicos.

Tem cura

 

A cura é muito difícil de prever, explica Hirata. Dentre pesquisas até então conhecidas e que tiveram algum sucesso, destaca-se a terapia celular, mas que ainda apresenta limitações. Teoricamente se pode pensar que a terapia por células tronco indiferenciadas pode ter sucesso, no entanto ainda estamos muito aquém do que se espera.
As pesquisas na Universidade de São Paulo são inovadoras e existem várias equipes renomadas trabalhando nesta proposta, inclusive com criação de um núcleo de terapia celular dentro do campus de São Paulo, revela ele.

Da teoria a prática

Aos alunos que participam do projeto, a Campanha serve como atividade de extensão em que se aplica a formação gerencial, social e de assistência direta a comunidade, permitindo aos acadêmicos de Farmácia-Bioquímica desenvolverem habilidades de organização, trabalho em equipe e espírito de liderança. A experiência adquirida nesse processo é de grande enriquecimento para a formação profissional, conclui o professor Mario Hirata.
Contando com patrocínio de órgãos como a Fundação Instituto Pesquisas Farmacêuticas (FIPFarma) e a Comissão de Cultura e Extensão (CCEx), entre outros colaboradores, a ação será realizada na FCF - Conjunto das Químicas das 8 às 12 horas (Avenida Lineu Prestes, 580, Cidade Universitária, São Paulo).
Para mais informações ou dúvidas o email de contato é campanhadediabetes@gmail.com
 
 

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