No final de dezembro comentei em minha página do facebook que
ficaria alguns dias de férias, que iria para a praia, que durante o tempo que
estivesse por lá tiraria a bomba e a
substituiria pela insulina Levemir. Assim foi durante 10 dias!!!
Agora vou relatar como foi a minha experiência
de usar pela primeira vez a Levemir e dar férias para a bomba .
Antes disto, respondo a pergunta que mais ouvi: Mas por que
tirar a bomba Carol?
1.
Já fui à praia outras vezes usando a bomba e não gostei;
2.
Com uma filha pequena elétrica é difícil
controlar a vontade dela de entrar no mar, brincar na areia e ao mesmo tempo tirar, colocar, cuidar da
bomba para não tomar sol, não molhar,
não sujar de areia.
3.
Na praia ao invés de me ajudar, achei a bomba um
super incomodo.
Tirei a bomba dia 21/12, 3 dias antes de viajar, para ir
ajustando as doses. Nem foi preciso muitos ajustes e já no segundo dia consegui acertá-las. Não
tive nem hipos, nem hipers nos dias que antecederam a viagem, muuuito menos
durante a viagem. Doses e glicose super acertaram!!!
As 6 primeiras doses,
não me perguntem o por que, doeram muito, os locais onde apliquei
ficaram roxos e coçou muito. Cheguei a pensar que tinha alergia a essa
insulina, mas depois passou e não tive mais problemas.
Achei meio chato ter horário fixo para injetar as doses de
Levemir. Maluquinha que sou, acho mais
interessante poder adaptar a insulina aos meus horários, ao invés de adaptar meus
horários à insulina. Às vezes queria dormir até mais tarde e tinha que
acordar para tomar a dose da manhã. Fiquei um pouco tensa com isso, sobretudo
as cinco vezes que atrasei para aplicar a dose noturna e ainda tive que me
readaptar ao horário de “Deus" , pois em Aracaju
não tem horário de verão.
Apesar de ter vivido mais de 32 anos tomando várias picadas
diariamente, depois da bomba tomar as picadinhas das agulhas tornou-se um incomodo. Estava tomando
cerca de 8 picadas por dia juntado a basal, bolus + correções. Na hora de
fazer rodizio parecia que meu corpo era pequeno e que não tinha mais espaço
para eu aplicar insulina.
Outro fato meio inconveniente que eu tinha me esquecido sobre o uso da caneta é a incerteza de
ter aplicado ou não a insulina. Esqueci duas vezes se tinha tomado, com a bomba é possível
verificar a dose e o horário que foi administrada. Tem também a
desvantagem de correr o risco de trocar
as canetas de Levemir pela Novorapid. Antes mesmo de viajar fiquei uma noite
medindo a glicose porque cismei que tinha trocado as duas canetas. Fiquei com
medo de ter uma hipo, mas foi só mesmo cisma e um alerta para eu ficar esperta,
depois do susto criei estratégias para não trocá-las. Umas delas era levar
somente a Novorapid dentro da bolsa de praia, deixava a Levemir em casa, pois
nos horários que tinha que aplica-la estava sempre por lá. Coisas simples, mas
que fazem total diferença.
O fato de ter uma basal agindo por um tempo longo foi muito bom, pois quase não tive
hipers. Eu aplicava a basal sem a
preocupação de 2, 3 horas depois a glicose chegar a HI por estar sem bomba. Se eu ficar sem a bomba 2h/3h a glicose sobe mesmooooo e vem toda aquela obrigação
parar tudo, medir, colocar a bomba, injetar, cuidado com a areia, corpo molhado, etc,
etc!!!
Uma coisa me chamou atenção: comi menos sem a bomba porque ficava com preguiça de tomar a dose da ultrarrápida
e com isso acho que emagreci meio quilinho ficando com a boca fechada... Preguiça
de tomar insulina me emagrece!!! Kkkkkkkk
Não ter marcas de adesivos no bronzeado, me sentir livre sem
nada no corpo, sem a preocupação de tampar o cateter para tomar banho, entrar no
mar, não ter uma bolsinha me incomodando nos dias mais quentes também são
algumas vantagens que tive com essas férias da bomba!!!
Fiquei na praia mais tempo que o planejado e a insulina que
levei acabou. Eu não quis comprar outra Levemir pois acho muito caro, não tinha
outra alternativa e coloquei minha bomba amiga de novo!!! Sabia que ela não ia
me deixar descansar por muito tempo!!! Kkkkkkkkk
Foi necessário usar a bomba
4 dias na praia e passar por
todo aquele processo que eu não queria:
guardar a bomba com cuidado na praia, cuidar da bomba para não tomar
sol, não cair na água, na areia, medições mais
constantes e ficar atenta para não ficar muito tempo sem ela e de brinde ainda trouxe duas
marquinhas de adesivo na barriga...
No último dia passei muito tempo sem a bomba na praia e a glicose chegou a 399. Acho se estivesse com a Levemir agindo não chegaria a tanto, comprovando a questão que me incomoda muito na praia sobre ficar preocupada com o longo tempo sem bomba, mas paciência. A bonita da glicose tinha que fazer uma "gracinha"... Ainda bem que pude corrigir rápido!!!
Conclusão
disto tudo: DEFINITIVAMENTE NÃO uso mais bomba na praia, mas no dia-dia
jamais troco minha bomba por qualquer outro tipo de esquema de
insulinização. Daqui para frente será assim: 345 dias por ano usando a bomba e 20 dias
de férias com as canetas na praia!!! Todos os esquemas tem vantagens e desvantagens, cabe a nós adaptar-nos ao que for melhor. Não significa que esse esquema foi bom para mim será também para você. Portanto, consultar o médico é sempre necessário.
Só
para ressaltar NÃO QUERO TROCAR ou TIRAR minha bomba, gosto muito do meu
tratamento, mas na praia eu e a bomba não entramos mesmo em acordo!!! Testei e
aprovei esse esquema de canetas na PRAIA, mas só na praia.
No
maissssssssss foi só alegria, curti demais minhas férias, minha viagem, minha
família!!! Ainda tive a oportunidade de conhecer pessoalmente meu amiguinho diabético virtual Thiago, que é de Aracaju!!! Que venha mais um ano cheio de desafios, outras boas viagens, oportunidades de conhecer mais pessoas...
E assim foram minhas férias no nordeste, as férias da minha bomba e minha primeira experiência com a Levemir.